Contos pitorescos - Chapada Diamantina




Pegamos a estrada sentindo Chapada Diamantina, resolvemos ir pelo meio de Minas Gerais e Bahia. 



Depois de algumas horas dentro carro, já com o corpo mole de tanto calor  e desanimados, tivemos uma brilhante ideia. No dia anterior, quando estávamos em Inhotim, visitamos a horta orgânica de especiarias do museu. Lá tinha diversas tipos pimentas e alguém do grupo resolveu pegar alguns exemplares dessas pimentas para uma degustação posterior. Tinha jalapeño, malagueta, dedo de moça, tudo isso fresquinho tirado do pé.

Como estávamos entediados dentro do carro e amamos pimenta (pelo menos a maior parte do grupo ama), resolvemos fazer essa degustação durante a viagem mesmo, dentro do carro. 




O efeito foi imediato, além do calor que naquela altura já estava nível Sahara, a energia e disposição que surgiu era comparado a você tomar 3 expressos juntos com energético. 
A sensação de bem estar era impressionante, acabava o tédio, o sono e cansaço. A experiência deu tão certo que durante a viagem, de tempos em tempos, pegávamos mais uma pimenta e compartilhávamos, pedacinho por pedacinho para dar um upgrade na turma. Só paramos quando acabaram as pimentas, e nos lamentamos por não termos colhidos algumas mais.



E assim seguimos a nossa viagem pelo interior do Brasil. Como fugimos das Brs mais movimentadas, conseguirmos passar por estradas vazias e com uma paisagem muito mais inusitada. O único contra era desviar de um buraco ou outro.




Fizemos algumas paradas na estrada, umas mais curiosas que outras. 

Umas delas tenho que registrar o fato pois foi quase cena de filme. Estávamos na estrada umas 9h e resolvemos parar no primeiro bar/restaurante/ boteco que encontrássemos. 
Paramos o carro em frente do estabelecimento que não fazíamos ideia em que categoria encaixar. Era algo como um boteco, só que no interior da Bahia. Naquele lugar me parecia que usar camiseta era opcional, mas a peixeira era essencial.

Cada um tratou de rapidamente resolver suas necessidades básicas como banheiro e comida. O banheiro nem precisa falar que era quase inutilizável. Se não fosse a natureza que chamava sem piedade, teria desistido dessa empreitada. A comida então nem pensar, tinha carne até no arroz.  O jeito era partir para a água de coco. 


A essa altura todas as pessoas que estavam presentes nos olhavam com um ar de quase espanto. Foi quando o vendedor do bar chegou para um de nós e perguntou, se referindo ao nosso jeito, tatuagem, roupas diferentes... “Por que vocês são assim? É hippie ou esporte?” 



Meu amigo respondeu: “Nem um nem outro, somos assim porque queremos mesmo.” E o funcionário ficou ainda mais perplexo. 

Quase choramos de rir com essa situação. Que tipo de pergunta foi essa, minha gente? 
Acho que se aparecesse um ET não chamaria tanta atenção quanto nós 4.



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