Peter Singer é um filósofo australiano, um dos
mais importantes especialistas em ética aplicada. Tornou-se mundialmente conhecido com o livro
Libertação Animal, de 1975, no qual defendia que nada justifica os maus-tratos impostos aos animais pelos produtores de alimentos.
E foi através dessa obra e que eu também travei contato com as suas idéias. Já era
vegan na época, mas seus textos deixaram minhas idéias e discursos mais coerentes e menos emocionais. Mostrava a distinção moral e legal entre seres humanos e não-humanos, o fim da condição de animais como propriedade, e o fim de seu uso em experimentação, na alimentação e na indústria de entretenimento, dentre outras atividades.
Sua visão moral vem da filosofia
utilitária desenvolvida por filósofos ingleses como Jeremy Bentham and John Stuart Mill no do século 19. Mas Peter não acha que, essencialmente, seus argumentos pelo vegetarianismo sejam utilitários: “São uma extensão de pensamentos que a maioria das pessoas tem, como a rejeição ao racismo. Uma extensão disso é o que eu chamo de
especismo, preconceito contra aqueles que não são membros da nossa espécie.”.
Peter Singer também argumenta: “As pessoas precisam parar de pensar na comida apenas como algo de que se gosta ou que faz bem à saúde.
O ato de comer também é uma decisão ética e moral. É necessário pensar nas conseqüências do comer, tanto para os animais que nos servem de alimento como para o meio ambiente ou para nós próprios. A forma como nos alimentamos hoje faz o animal sofrer, provoca uma epidemia de obesidade no mundo e é causa de uma série de doenças nos seres humanos. Isso
tem impacto profundo no planeta e no meio ambiente”.
No seu livro Ética Prática, Peter Singer trata dos desafios ético impostos pela fome no mundo, pelo equilíbrio ecológico do planeta, pela exigência de igualdade e pela moderna ciência médica, entre outros. Fala sobre as posições que poderemos defender com respeito à eutanásia e ao aborto. Relativamente aos refugiados e à ajuda internacional aos países do Terceiro Mundo. E quais desafios nos levanta a uma sociedade verdadeiramente igualitária? A ética aplicada é uma das áreas onde a filosofia, é praticada na sua melhor tradição argumentativa. A filosofia é uma atividade viva, caracterizada pelo estudo minucioso dos problemas e pela tentativa de produzir respostas convincentes alicerçadas em argumentos sólidos. Nesta obra, Peter Singer mostra-nos a filosofia no seu melhor, introduzindo de forma exemplar.
Todos os seres que são capazes de sofrer devem ter seus interesses considerados de forma igualitária.
Peter já:
Ensinou nas universidades de Oxford, Nova Iorque e Monash, sendo atualmente Professor Catedrático na Universidade de Princeton.
Da sua obra destacam-se Marx (1980), Hegel (1983), Libertação Animal (1975; trad. port. 2000), Rethinking Life and Death (1994) e Ethics into Action (1998). É co-autor das obras The Reproduction Revolution (1984), Should the Baby Live? (1985), Embryo Experimentation (1990) e The Great Ape Project (1995). Redigiu o artigo sobre ética da atual edição da Encyclopaedia Britannica e organizou os volumes Applied Ethics (1986), A Companion to Ethics (1991) e Ethics (1994). Deu ainda origem à obra Singer and His Critics (1999), organizada por Dale Jamieson. Em 1992 foi eleito Presidente Fundador da Associação Internacional de Bioética, foi o primeiro Director do Centro de Bioética da Universidade de Monash e é co-director da revista internacional Bioethics. Encontrou ainda tempo para escrever Ética Prática, uma brilhante introdução à ética aplicada, e uma obra de divulgação admirável: How are We to Live? (1995).